29 de abr. de 2010

RESUMOS EM PROVA - PARTE PRÁTICA

Leia, com atenção, os fragmentos do texto abaixo, de Luís Indriunas:


No início, não havia nada. A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma idéia, em 1789, havia no Rio de Janeiro apenas quatro médicos.

Com a chegada da família real portuguesa em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais na área até a República.

Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a primeira medida sanitarista
no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves, como varíola, malária, febre amarela e até a peste espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações em que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A população saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.

Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher muitas informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotineira de ação e educação sanitária.

Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período. Apenas com a chegada dos imigrantes europeus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a discutir, obviamente com fortes formas de pressão como greves e manifestações, um modelo de assistência médica para a população pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as Caixas de Aposentadoria e Pensão. Essas instituições eram mantidas pelas empresas que passaram a oferecer esses serviços aos seus funcionários. A União não participava das caixas.

Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas toma o poder. É criado o Ministério da Educação e Saúde e as caixas são substituídas pelos Institutos deAposentadoria e Pensões (IAPs), que, por causa do modelo sindicalista de Vargas, passam a serdirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas. Suas atribuições são muito semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica. O primeiro IAP foi o dos marítimos. A União continuou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido pela contribuição sindical, instituída no período getulista.

Dos anos 40 a 1964, início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abrangente. É de 1960 a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para todos os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía trabalhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além da contribuição dos trabalhadores e das empresas, se definia efetivamente uma contribuição do Erário Público. Mas tais medidas foram ficando no papel. A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967 pelas mãos dos militares, com a unificação de IAPs e a conseqüente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu então uma demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. Mais complexa, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa privada. Um pouco antes, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de empréstimos com juros subsidiados. Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro boom na rede privada. De 1969 a 1984, o número de leitos privados cresceu cerca de 500%. De 74.543 em 1969 para 348.255 em 1984.

Como se pode ver, o modelo criado pelo regime militar era pautado pelo pensamento da medicina curativa. Poucas medidas de prevenção e sanitaristas foram tomadas. (...)

Surgem cinco modalidades diferentes de assistência médica suplementar: medicina de grupo, cooperativas médicas, auto-gestão, seguro-saúde e plano de administração. A classe média, principal alvo destes grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas da saúde pública. O crescimento dos planos é vertiginoso. 

Em 1989, já contabilizam mais de 31 mil brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões.

Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS.

(disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/historia-da-saude.htm, acessado em julho de 2009)
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Questão 1: Faça um resumo do texto acima, citando, em ordem cronológica e de maneira sucinta, os principais eventos no desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil, desde a época da chegada da família real até o início da ditadura militar.
LIMITE A SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO (dez linhas)
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1ª ETAPA 
Grife os termos desnecessários à compreensão do texto, elimine-os, substitua palavras ou expressões por outras mais reduzidas, para que o texto se torne sucinto.


De acordo com o texto "História da saúde" publicado no site UOL, as ações relativas à saúde no Brasil só começaram a ocorrer em 1808, com a chegada da família real portuguesa, que criou duas escolas de medicina no Brasil. A primeira medida sanitarista aconteceu, na verdade, no governo Rodrigues Alves, com a nomeação de Oswaldo Cruz que teve a missão de lutar contra doenças e pestes que se alastravam. Ele promoveu ações bruscas com apoio da polícia, invadindo casas e tentando vacinar à força contra a varíola, toda a população, o que gerou uma revolta e seu afastamento. Carlos Chagas veio substituí-lo, promovendo campanha de ação e educação sanitária. Depois disso, surgiu em 1923 a lei Elói Chaves criando "caixas de Aposentadoria e Pensão", mantidas por empresas para prestar serviços aos funcionários. Em 1930, Getúlio Vargas substitui as "caixas" pelos IAPS, dirigidos por sindicatos, semelhantes às "CAIXAS", oferecendo assistência médica aos funcionários e suas famílias.
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2ª ETAPA


Grife os termos desnecessários à compreensão do texto, elimine-os, substitua palavras ou expressões por outras mais reduzidas, para que o texto se torne sucinto.


De acordo com o texto "História da Saúde", publicado no site UOL, as ações relativas de saúde no Brasil só iniciaram em 1808 com a criação de duas escolas de medicina. A primeira medida sanitarista aconteceu, na verdade, no governo Rodrigues Alves, com a nomeação de Oswaldo Cruz, que teve a missão de lutar contra doenças que se alastravam. Ele promoveu ações bruscas, invadindo casas e vacinando à força a população, contra a varíola, o que gerou a revolta e seu afastamento. Carlos Chagas, seu substituto, promoveu campanha de ação e educação sanitária. Em 1923, a lei "Elói Chaves" traz a criação das "Caixas de Aposentadoria e Pensão", substituídas em 1930 por Getúlio Vargas, pelos IAPs, com a missão de oferecer assistência médica a empregados de empresas e seus familiares no governo de Getúlio Vargas.
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RESUMO FINAL
Conforme o texto "História da Saúde" (site UOL), as ações de saúde no Brasil só iniciaram em 1808, com a criação de duas escolas de medicina. A primeira medida ocorreu no governo de Rodrigues Alves, com Oswaldo Cruz, responsável por lutar contra pestes e doenças. Ele promoveu ações bruscas, vacinando à força, contra varíola, a população, o que gerou revolta e seu afastamento. Carlos Chagas, seu substituto, promoveu campanha de ação e educação sanitária. Depois disso, a lei "Elói Chaves" (1923) criou as "caixas de Aposentadoria e Pensão", substituídas pelos IAPs (1930) para oferecer assistência médica a empregados, no governo Getúlio Vargas.
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Questão 2: Com base em elementos do texto, elabore um parágrafo em que seja explicado o rápido
crescimento da rede de saúde privada no Brasil.
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO. (seis linhas)
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RASCUNHO
Havendo surgido uma demanda muito maior que a oferta, após a criação do INPS (1967), o governo passou a pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. Com a ampliação e remodelação da rede privada de hospitais, através de empréstimos com juros subsidiados, oferecidos pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (criado pelos militares em 1971) aconteceu o rápido crescimento da rede privada de saúde, com o crescimento de 500% no número de leitos de 1969 a 1984.
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RESULTADO FINAL

Com uma demanda maior que a oferta após a criação do INPS (1967), o governo passou a pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. A rede privada de hospitais foi remodelada e ampliada, através dos empréstimos com juros subsidiados oferecidos pelo FAS (1974), o que ocasionou um rápido crescimento de 500% no número de leitos, de 1969 a 1984.


SOUZA, Diego Lucas Nunes de. Redação: Resumo. Apostila de Redação - Módulo II.  Cataguases, 2010, p. 1 - 3.  

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